Depois de muito resistir acabei dando o braço a torcer e resolvi ler a tão comentada trilogia de romance erótico da E. L. James: Cinquenta Tons de Cinza. Porém, já vou avisando que não comprei os livros impressos, pois não tinha certeza se gostaria da história, então optei por baixar os três livros na versão e-book (uma versão traduzida por fãs) e ler no Kobo. Aliás, estou preferindo fazer isso ultimamente, uso o Kobo como “teste”: baixo um e-book “genérico” e depois, se gostar, compro o livro impresso (dessa forma estou economizando bastante). Quero ressaltar, também, que, por não ter lido os impressos, vou comentar apenas a história, deixando de fora a linguagem, diagramação e trabalho gráfico.
“Quando Anastásia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja - mas em seus próprios termos. Chocada e ao mesmo tempo seduzida pelas estranhas preferências de Grey, Ana hesita. Por trás da fachada de sucesso - os negócios multinacionais, a vasta fortuna, a amada família -, Grey é um homem atormentado por demônios do passado e consumido pela necessidade de controle. Quando eles embarcam num apaixonado e sensual caso de amor, Ana não só descobre mais sobre seus próprios desejos, como também sobre os segredos obscuros que Grey tenta manter escondidos...”
Logo no início a leitura do primeiro volume – Cinquenta tons de cinza – não me prendeu. Reconheci de imediato as semelhanças com a série Crepúsculo (nenhuma surpresa, já que a trilogia é baseada num fanfiction – ficção escrita por fã – dos livros de Stephenie Meyer) e fiquei me perguntando: “onde diabos está o tão comentado BDSM?”. Pois é, o danado custou a aparecer e só dá as caras lá pela metade do livro e nem vai tão longe assim, pelo que percebi em pesquisa posterior. Se é que a autora fez alguma pesquisa sobre o assunto, ela pegou muito leve no livro.
Ao longo da leitura fui perdendo o interesse na história, principalmente por causa dos personagens principais: a Ana é uma besta, cega e indecisa; e o Sr. Grey é um doido varrido, mandão, controlador, insuportável... Não entendi porque tanta menina fica suspirando por um cara assim. Após algumas semanas levando a leitura aos trancos e barrancos, eis que as coisas ficam mais interessantes. O romance finalmente vai aparecendo, apesar de o casal continuar indo pra cama, pro elevador, em cima do piano, no quarto vermelho, etc a cada duas páginas, numa repetição de cenas que só cansam o leitor, sem acrescentar nada à história. O primeiro livro termina bastante aguado, num balanço geral é 90% sexo e 10% romance, o que, para um romance erótico está dentro da proposta, mas não explica tamanho sucesso de vendas. Fiquei frustrada e estaria bastante arrependida se tivesse comprado o livro (que custava quase R$ 30,00, na época em que foi lançado). Só parti para o segundo livro porque, admito, não paguei por ele.
Já comecei, então o segundo volume – Cinquenta tons mais escuros – com bem menos expectativas e fiquei feliz em perceber que neste livro a autora resolveu focar mais no romance e até desenvolveu melhor as características e dramas pessoais dos personagens. Só então comecei a simpatizar um pouco com o Christian (não que eu quisesse um cara assim pra mim ¬¬'), mas a Ana continuava uma lerda. Eu pensava: “Acorda, mulher! Ele tá completamente apaixonado por você. Deixa de mimimi e assume logo o controle!”. E para o meu desespero o segundo livro, apesar de melhor que o primeiro, funcionou muito mais como enrolação para chegar ao final.
Já fisgada pela história e curiosa para saber como tudo terminaria (ou se desenrolar até lá, pois nesses romances o final costuma ser bastante previsível) cheguei ao terceiro volume – Cinquenta tons de liberdade. E neste, sim, a autora conseguiu combinar romance, sexo, drama, ação e até um toque de comédia na dose certa. No final E. L. James ainda nos dá um bônus de mais algumas páginas narradas pelo Sr. Grey.
Acredito que a trilogia teria sido bem mais interessante (e eu até me empolgaria a comprá-lo) se tanta enrolação tivesse sido resumida em apenas um livro e a narrativa construída com os capítulos se alternando entre os pontos de vista da Ana e do Christian.
A trilogia 50 tons de cinza acabou me surpreendendo, pois para além do romance erótico a história traz também um relacionamento conturbado, suas dificuldades e o questionamento “até onde se está disposta a ir por amor?”.
Não recomendo os livros para qualquer leitor, pois esta é uma história que agradará mais a quem gosta de romances de banca hot ou eróticos e não é muito exigente, além disso é necessário estar disposto a insistir na leitura. E o mais importante, não gaste seu dinheiro com os livros se só quiser matar a curiosidade. Eu admito que matei a curiosidade e até gostei da história no final, mas não vou comprar os livros.
Boas leituras e até a próxima!
^-^
É uóó...hahahahaah! Eu gostei no finzinho do primeiro por causa do clima de romance e tal, mas Anastasia Steele é uma burra, e o Grey é um controlador uó. Eu, hein. Ainda bem que tu não gastasse dinheiro.
ResponderExcluirPior que esse livro abriu mais espaço pra uma leva de livros "eróticos" muito piores. Porque existe literatura erótica boa e reconhecida, embora eu não conheça muito. Mas tem uma amiga que me indicou uma autora que agora não me recordo o nome (quando eu lembrar eu digo) e diz que é muito boa.
Mas essa é mais uma série, e séries me cansam. Nem li os outros dois nem quero. Só me prendo a séries que goste mesmo, tá aí eu arrancando os cabelos esperando Réquiem ser lançado pela Intrínseca. VAI LOGO!!!
(Essa sou eu elétrica na madrugada. Apenas insônia, rs)
Beijo.