Água para Elefantes - de Sara Gruen

Oi pessoas!

            Hoje trago para vocês a resenha de um livro que demorei um bocado pra criar coragem de ler, mas depois que peguei fiquei me perguntando por que não o tinha lido antes. E ao terminar tive uma grata surpresa: a leitura superou minhas expectativas! Se eu tivesse que escolher uma única palavra para descrever a escrita da autora, seria: cativante.

            Em Água para Elefantes Sara Gruen nos apresenta à Jacob, um homem de seus 90 anos “ou 93, uma coisa ou outra” – como ele mesmo diz – que vive numa casa de repouso para idosos e nunca conversou com ninguém de lá sobre sua vida. Ele se sente cada vez mais triste e inconformado com a velhice, além das doenças e das falhas na memória que normalmente a acompanham.

“Minhas histórias reais estão defasadas. E daí que eu posso falar em primeira mão da gripe espanhola do advento do automóvel, das guerras mundiais, das guerras frias, das guerras de guerrilha e do Sputnik? Agora, tudo isso é história antiga. Mas o que mais eu tenho a oferecer? Nada de novo me acontece. Essa é a realidade do envelhecimento, e acho que essa é a questão essencial. Ainda não estou preparado para ser velho.” (GRUEN, 2007, p. 95)

Até que um dia o circo chega à cidade e as lembranças de sua juventude voltam tão reais, que Jacob sente como se as revivesse, como se fosse jovem outra vez. A partir daí a narrativa se alterna entre dois tempos: o presente e o passado. Em alguns livros esse recurso pode deixar a leitura um tanto cansativa, mas neste funciona perfeitamente. A autora soube transitar entre os dois períodos da vida do personagem de forma bastante natural, deixando a leitura mais ágil. Quando dei por mim já estava na metade do livro. Além disso, em nenhum momento me dei conta de que estava lendo, era como se fizesse parte da história. E para mim isso já é o suficiente para classificar uma leitura como ótima. Ainda assim, esse livro foi além e trouxe vários outros elementos que gosto, teve um pouco de tudo: aventura, romance, humor e um toque de drama.

            Outro ponto que também me chamou a atenção foi a relação de Jacob (jovem) com os animais do circo, principalmente com Rosie e Bobo, que aliás, são os animais mais humanos sobre os quais já li. ^-^. Isso me fez ter ainda mais raiva quando eles eram maltratados. Mais um ponto para a Sara Gruen, por incluir a denúncia dos maus tratos a animais de circo de forma a sensibilizar o leitor.

“- Vamos lá, Bobo – diz Pete, estendendo os braços para o chimpanzé.

Os braços e pernas peludos do animal me envolvem num abraço mais apertado.

- Agora vamos – digo, tentando fazer com que ele me solte. – Eu volto.

Bobo não move um músculo sequer.

- Agora vamos repito.

Nada.

- Tudo bem. Um último abraço e chega – argumento, encostando o rosto no pelo escuro dele.

O chimpanzé abre um sorriso cheio de dentes e beija minha bochecha. Então ele me solta, desce, segura a mão de Pete e sai andando lentamente com as pernas arqueadas.” (GRUEN, 2007, p. 124.)

“Quando volto ao terreno, Rosie já está instalada na tenda das jaulas. Não sei como conseguiram levá-la e não pergunto. Ela sorri quando me aproximo e então esfrega o olho, enrolando a ponta da tromba com o punho. Eu a observo por alguns minutos e depois passo por cima da corda que a cerca. Suas orelhas pendem e seus olhos se estreitam. Me coração se aperta porque acho que ela está respondendo ao que sinto.” (GRUEN, 2007, p. 125.)

            A história também tem romance (não só coisa ruim, como pode parecer nos primeiros capítulos, rsrrs), pois foi no período em que esteve no Circo dos Irmãos Benzini que Jacob conheceu não só a dura realidade por trás dos grandes espetáculos circenses, mas também o grande amor de sua vida.

A história toda é linda e a leitura mais que recomendada! Só não posso dizer o mesmo do filme. Ah! Essas adaptações... Sempre deixando a desejar, né?

O filme Água para Elefantes foi exibido nos cinemas em 2011, dirigido por Francis Lawrence, com Robert Pattinson e Reese Whiterspoon como protagonistas. 

           Eu fiz a besteira de assistir o filme antes de ler o livro e isso me rendeu dois problemas: 1) achei a história do filme muito rasa e fiquei com “um pé-atrás” para ler o livro, e 2) quando finalmente peguei no livro tive dificuldade de dissociar as características dos personagens do filme de suas versões no livro.

            Quando superados esses problemas e terminada a leitura percebi como a versão cinematográfica ficou resumida. Muitos personagens do livro não aparecem no filme e até mesmo o foco da história mudou. O filme foca no romance “água com açúcar” – que ficou pior ainda com a atuação sem sal e falta de química entre os atores principais (Sim! As fãs dele podem até me jogar pedras, mas eu não engulo o Robert Pattinson. ¬¬’). Já o livro foca mais no cotidiano dos circos por trás das cortinas (por assim dizer) e a própria relação do Jacob com esse “mundo”. O romance faz parte do livro também, mas não é exatamente a parte principal da história. No filme apenas a elefanta Rosie brilhou, principalmente no final que para mim foi a melhor parte.

            Se, ainda assim, você tiver curiosidade de ver o filme eu recomendo que leia o livro antes.

 

Ah! Só gostaria de fazer mais um comentário antes de terminar. É sobre as capas do livro. Antes do filme a capa original lançada no Brasil foi essa --------->

Eu não gostei muito dessa capa, então acho que o filme sem graça pelo menos serviu para 2 coisas: dar uma capa mais bonita ao livro e o fato de depois do lançamento do filme o livro ter entrado em promoção na Saraiva, rsrsrs. (Acho que já disse que não resisto a uma promoção de livro, né? *-*)

Boas leituras!  ;)

Fontes das imagens:

http://loucospor-livros.blogspot.com.br/2011/05/resenha-livro-agua-para-elefantes.html

http://www.sinopsedolivro.net/livro/agua-para-elefantes.html

http://filme-trailer.com/filme/agua-para-elefantes/