Hoje eu trago mais uma resenha de mangá, aliás não estranhem, pois as próximas postagens também vão ser mais resenhas de mangás e quadrinhos, porque foi o que mais li ultimamente. A resenha de hoje é do mangá Lovely Complex, da Aya Nakahara, um shoujo que começou a ser publicado aqui no Brasil este ano pela Panini.
Com um humor leve e despretensioso, o mangá conta a história de Atsushi Otani e Risa Koisumi - ele muito baixinho, ela muito alta. Sempre implicando um com o outro por causa da diferença de altura desde a primeira vez que se encontraram, eles são conhecidos na escola como All-Hashin & Kyojin - uma dupla de comediantes famosos no Japão.
Mas, por que a altura seria um problema tão grande para eles? Bom, não se esqueçam que o Japão é um país de cultura bastante sexista, onde os papéis feminino e masculino ainda são bem tradicionais e bem definidos na sociedade. Apesar do crescimento do número de mulheres no mercado de trabalho e da influência ocidental em alguns aspectos da cultura pop, ainda persiste a ideia de que homens e mulheres devem ter características distintas - homens devem ser altos e mais fortes, enquanto mulheres precisam ser mais baixinhas e delicadas.
Porém, Otani e Koisume têm características bem diferentes daquelas esperadas de um garoto e uma garota, enquanto ele é baixinho e considerado "fofo" (num sentido bem infantil e feminino) pelas meninas da escola, ela é alta e considerada "desleixada" por não andar maquiada e usar uma linguagem (oral e corporal) mais despachada. Como todo adolescente em romances shoujo, eles estão em busca da sua "alma gêmea" e acabam começando uma competição pra ver quem consegue "desencalhar" primeiro. Com o tempo eles passam a ajudar um ao outro, mas suas primeiras tentativas não dão muito certo.
Com uma história típica dos mangás shoujo, onde o tema principal é a busca da mocinha pelo seu amor, Lovely Complex me ganhou principalmente pela comédia. Também há uma leve menção à questão de gênero (tanto com o casal principal que foge um pouco dos padrões, como uma personagem trans que aparece no meio da história). Não chega a ser muito inovador, pois estamos falando de um mangá que vendeu bastante e os editores tradicionais não aceitariam uma história que quebrasse muitos padrões, mas já é um bom começo.
Cena do anime. Fonte: Lovely Complex Wiki, [2016]. |
Cena do filme. Fonte: Itazura Dramas, 2011. |
Boas leituras e até a próxima!
NAKAHARA, Aya. Lovely Complex. São Paulo: Panini, 2016.
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