sábado, 24 de setembro de 2016

Mangá: Lovely Complex - Aya Nakahara

Capas dos volumes 1, 2 e 3.
Fonte: Acervo pessoal.
Oi, pessoal!

Hoje eu trago mais uma resenha de mangá, aliás não estranhem, pois as próximas postagens também vão ser mais resenhas de mangás e quadrinhos, porque foi o que mais li ultimamente. A resenha de hoje é do mangá Lovely Complex, da Aya Nakahara, um shoujo que começou a ser publicado aqui no Brasil este ano pela Panini.

Com um humor leve e despretensioso, o mangá conta a história de Atsushi Otani e Risa Koisumi - ele muito baixinho, ela muito alta. Sempre implicando um com o outro por causa da diferença de altura desde a primeira vez que se encontraram, eles são conhecidos na escola como All-Hashin & Kyojin - uma dupla de comediantes famosos no Japão.

Mas, por que a altura seria um problema tão grande para eles? Bom, não se esqueçam que o Japão é um país de cultura bastante sexista, onde os papéis feminino e masculino ainda são bem tradicionais e bem definidos na sociedade. Apesar do crescimento do número de mulheres no mercado de trabalho e da influência ocidental em alguns aspectos da cultura pop, ainda persiste a ideia de que homens e mulheres devem ter características distintas - homens devem ser altos e mais fortes, enquanto mulheres precisam ser mais baixinhas e delicadas.

Porém, Otani e Koisume têm características bem diferentes daquelas esperadas de um garoto e uma garota, enquanto ele é baixinho e considerado "fofo" (num sentido bem infantil e feminino) pelas meninas da escola, ela é alta e considerada "desleixada" por não andar maquiada e usar uma linguagem (oral e corporal) mais despachada. Como todo adolescente em romances shoujo, eles estão em busca da sua "alma gêmea" e acabam começando uma competição pra ver quem consegue "desencalhar" primeiro. Com o tempo eles passam a ajudar um ao outro, mas suas primeiras tentativas não dão muito certo. 

Com uma história típica dos mangás shoujo, onde o tema principal é a busca da mocinha pelo seu amor, Lovely Complex me ganhou principalmente pela comédia. Também há uma leve menção à questão de gênero (tanto com o casal principal que foge um pouco dos padrões, como uma personagem trans que aparece no meio da história). Não chega a ser muito inovador, pois estamos falando de um mangá que vendeu bastante e os editores tradicionais não aceitariam uma história que quebrasse muitos padrões, mas já é um bom começo.
Cena do anime.
Fonte: Lovely Complex Wiki, [2016].
O mangá já foi adaptado para anime e também ganhou um filme live action. O anime parece ser bem fiel ao mangá (pelo menos até a parte que eu li - ainda estou no 3º vol.) e teve um final meio aberto, mas satisfatório, assim como o filme. Este, porém, tem algumas diferenças, como o acréscimo de alguns personagens e outros que foram cortados da história. O filme também alterou algumas características dos personagens principais, a Koisume, por exemplo, ficou mais delicada e a diferença de altura entre os atores não era tão grande quanto no mangá e anime. E enquanto o mangá e o anime equilibram bem o humor, romance e questões de gênero, o filme focou mais na comédia.
Cena do filme.
Fonte: Itazura Dramas, 2011.
Lovely Complex é um dos mangás que comecei a acompanhar este ano e provavelmente vou continuar a coleção. Recomendo pra quem gosta de histórias mais leves e comédias românticas, ou gostaria de ler um shoujo um pouco diferente. Os 4 volumes já lançados podem ser adquiridos direto no site da Panini ou em lojas especializadas, como a Comix (só encontrei 3 vol.) e Liga HQ (só encontrei os vol. 3, 4 e 5, sendo os dois últimos para pré-venda). Ainda não encontrei  na Amazon, infelizmente.

Boas leituras e até a próxima!

NAKAHARA, Aya. Lovely Complex. São Paulo: Panini, 2016.

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