Olá
pessoas!
O livro que estou resenhando hoje tem como
personagens os zumbis. Por isso, gostaria de começar com a minha opinião sobre
essas criaturas antes de ler esse livro: zumbis
são nojentos, chatos, monótonos, burros e comem cérebros (o que é mais nojento
ainda). Ou seja, odeio zumbis! Mas se eu os odeio por que comprei e li esse
livro? Por dois motivos:
1
– O preço (R$ 19,90). heheheh... Não resisto a uma promoção.
2
– Um único detalhe na capa, um comentário de Stephenie Meyer que me chamou a
atenção e fez ter vontade de dar uma chance a essa história.
Como todo mundo (acho) já sabe
Stephenie Meyer, autora da série Crepúsculo, conquistou sua fama principalmente
por dar uma nova “imagem” aos vampiros, que muitas vezes são representados de
forma tão sanguinária e nojenta quanto os zumbis. (Afinal, quem nunca viu
aqueles filmes de terror trash onde nossos queridos sugadores de sangue matam
meio mundo de gente e ainda fazem a maior sujeira?)
Pois é, apesar de não gostar muito
da imagem exageradamente romântica e menos ainda do fato de seus vampiros
brilharem como fadinhas (kkkkkkkk), eu não posso negar que a série Crepúsculo
trouxe um diferencial e originalidade para a literatura vampiresca (estou
falando dos livros, porque os filmes... aff! Melhor nem comentar. ¬¬’). E
atraiu muito mais gente que tinha “preconceito” com os vampiros, assim como eu tinha com os zumbis. Repararam como
falei no passado? (heheheh). Então vamos parar de lenga-lenga e seguir para o
que realmente importa: minhas impressões depois de ler Sangue Quente.
Sangue Quente traz a história de um zumbi chamado R e como sua vida monótona e quase monossilábica muda quando ele conhece uma Viva chamada Julie. Os zumbis se diferenciam dos humanos chamando-se de Mortos, enquanto os outros são os Vivos. E até entre os próprios Mortos há uma diferenciação: aqueles mais antigos, que já apodreceram e têm apenas o esqueleto são os Ossudos, enquanto aqueles que ainda têm pele, músculos e órgãos são os Carnudos. Eles “vivem” ou tentam existir, assim como os Vivos sobreviventes, em um mundo devastado por guerras, desastres naturais e uma praga que faz com que os mortos levantem das sepulturas e andem por aí se alimentando de carne e cérebros dos vivos. Não há referências ao ano ou século no qual a história se desenrola, mas se observarmos bem não parece muito longe da nossa dita “modernidade”. Afinal, ainda temos muitas guerras que, apesar de não terem grandes proporções como as duas guerras mundiais, ainda influenciam o resto do mundo, mesmo que indiretamente. Além disso, sofremos cada vez mais com os efeitos do aquecimento global que, não por acaso, nós mesmos provocamos e ainda agimos como se não nos importássemos. Os zumbis, é claro, são uma parte bastante exagerada, mas a praga que os tornou possíveis no livro não parece muito distante da nossa realidade. Não vou contar de onde surgiram os zumbis no mundo criado por Isaac Marion para não dar spoiler, mas posso dizer que foi uma ideia bastante original, que funcionou perfeitamente no enredo e no final nos faz pensar um pouco sobre nossas próprias atitudes e postura diante do mundo.
Essa não é uma história de cunho
político, nem uma grande reflexão sobre a capacidade do ser humano destruir seu
próprio mundo sem ao menos se dar conta disso. Mas aborda esses assuntos de
forma fluida e natural, se encaixando perfeitamente no romance. Outro fato que também gostei muito
foi que é o próprio R que narra a história, o que nos dá uma boa ideia do mundo
dos zumbis, algo inédito (pelo menos pra mim) em histórias com essas criaturas.
Além disso, esse livro tem começo, meio e fim, não fazendo parte de uma série
(até onde eu sei), o que é uma raridade atualmente, não acham?
No final, acho que o comentário de
Stephenie Meyer na capa (aquele do qual comentei lá no início da resenha)
descreve perfeitamente a sensação que tive quando terminei de ler Sangue
Quente.
“Nunca pensei que poderia gostar tão apaixonadamente de um zumbi. Fiquei pensando na história muito tempo depois de acabar de ler o livro.” – Stephenie Meyer. (texto da capa)
A seguir deixo alguns trechos pra vocês sentirem um pouco o
clima da história:
“Acho que o mundo praticamente acabou, pois as cidades nas quais vagamos estão tão podres quanto nós. Os prédios estão em ruínas e carros enferrujados bloqueiam as ruas. Quase todos os vidros estão quebrados e o vento que sopra por eles faz o som de um animal moribundo deixado para morrer. Não sei o que aconteceu. Doença? Guerra? Colapso social? Ou apenas nós acontecemos? Os Mortos substituindo os Vivos? Acho que isso talvez não seja tão importante. Quando você chega no fim do mundo, não interessa muito que caminho pegou para chegar lá.” (MARION, 2011, p. 16)“Antes, quando eu era vivo, nunca poderia fazer isso. Ficar parado assistindo o mundo passar por mim, praticamente não pensando em nada. Lembro-me do esforço. Lembro-me dos objetivos e prazos. Metas e ambições. Lembro-me de ser cheio de propósitos , estando o tempo todo em todos os lugares. Agora, estou apenas parado aqui na esteira, me deixando levar. Chego no fim, dou a volta e volto pelo outro lado. O mundo está sendo destilado. Estar morto é fácil.” (MARION, 2011, p. 19)
Fontes das imagens:
Cheguei! :D
ResponderExcluirAnaa, não demore tanto para postar.
Fiquei muito, muito, muito curiosa para ler esse livro. Sou mais uma do time "Preconceitos contra Zumbis", mas nunca imaginei romances românticos com essa temática. E aí? R e Julie são o casal protagonista? Ou entendi errado e o livro não tem romance nenhum? Você está me devendo algumas informações mocinha... :P
Realmente é um milagre que não seja série, meu bolso já não suporta mais, hahahaha. Adoro resenhas com trechinhos *-*
P.S: Sofremos do mesmo mal, JAMAIS resisto a qualquer promoção!
Beijinhos :*
Ialy!!!
ExcluirMinha única e fiel leitora! kkkk
Então, tem romance entre o R e a Julie sim. É que eu fiquei tão empolgada nessa resenha e tinha tanta coisa pra comentar que acabei esquecendo a melhor parte. hehehhe
Acho que não deixei muito claro na resenha, mas é o fato de o R conhecer a Julie que faz com que ele passe por várias mudanças. E o romance deles é bem engraçado as vezes, afinal o cara é um zumbi, ele grunhe (mal fala) e baba, mas o amor deles vai surgindo e se desenvolvendo de um modo bem legal e maluco, mesmo nesse futuro apocalítico que eles vivem.
Ah! Também teve outro detalhe que esqueci de comentar (acho que é pq é meio nojento), é que os zumbis veem flashes das vidas das pessoas que eles comem os cérebros. E é numa situação dessas que o R conhece a Julie. Não, ele não come o cérebro dela, mas de uma pessoa que a conhece muito bem. Só não conto mais pra não dar spoiler. Mas vai por mim, pra quem não gosta de zumbis esse livro surpreende bastante.