Já
posso começar essa resenha afirmando: essa é uma das melhores séries que já li!
Na Trilogia Jogos Vorazes, Suzanne Collins nos apresenta um mundo
distópico onde toda a estrutura e organização mundial que conhecemos hoje
praticamente desapareceram. Para quem ainda não está familiarizado com o termo,
distopia é o contrário de utopia. Ou seja, se um mundo utópico seria um lugar
ideal, justo, harmonioso e perfeito, um mundo distópico é injusto e opressor.
Um dos livros mais famosos com esse tema é 1984
de George Orwell, que eu (morrendo de vergonha) admito que ainda não li,
mas já ouvi e li muitos comentários bons a respeito dele então assim que botar
minhas mãos nele podem ter certeza que vai ter resenha aqui.
Em Jogos Vorazes (livro 1) conhecemos um pouco da história de Panem:
“[...] o prefeito sobe ao pódio e começa a leitura. É a mesma todos os anos. Ele conta a história de Panem, o país que se ergueu das cinzas de um lugar que no passado foi chamado de América do Norte. Ele lista os desastres, as secas, as tempestades, os incêndios, a elevação do nível dos mares que engoliu uma grande quantidade de terra, a guerra brutal pelo pouco que havia restado. O resultado foi Panem, uma resplandecente Capital de treze distritos unidos que trouxe paz e prosperidade a seus cidadãos. Então, vieram os Dias Escuros, o levante dos distritos contra a capital. Doze foram derrotados, o décimo terceiro foi obliterado. O Tratado da Traição nos deu novas leis para garantir a paz e, como uma lembrança anual de que os Dias Escuros jamais deveriam se repetir, também nos deu os Jogos Vorazes.” (COLLINS, 2010, p. 24).
Para
a realização anual dos Jogos Vorazes os 12 distritos devem entregar dois de
seus jovens (uma garota e um garoto) entre 12 e 18 anos para participarem como
tributos. Os jogos são uma espécie de reality show, vista por todos os cidadãos
de Panem, no qual os tributos são soltos numa arena onde devem sobreviver às
diversas armadilhas e, principalmente, matar uns aos outros até que reste
apenas 1.
É nesse mundo controlado com rédeas
curtas por um sistema ditatorial que conhecemos Katniss, moradora do “Distrito
12, onde você pode morrer de fome em segurança” (COLLINS, 2010, p. 12). Desde os 11 anos ela
tem feito de tudo para manter e proteger sua família, se arriscando ao
transgredir várias leis para obter alimento ou se inscrevendo mais vezes nos
Jogos Vorazes em troca de recursos mínimos de sobrevivência.
“O sistema de colheita [de tributos para os Jogos] é injusto, com os pobres ficando com a pior parte. Você se torna elegível para a colheita no dia em que completa doze anos. Nesse ano, seu nome é inscrito uma vez. Aos treze, duas vezes. E assim por diante até você atingir a idade de dezoito anos, o último ano elegível, quando seu nome aparece sete vezes no sorteio. [...] Mas aí vem a jogada. Digamos que você seja pobre e esteja passando fome como nós estávamos.Você pode optar por adicionar seu nome mais vezes em troca de tésseras. Cada téssera vale um escasso suprimento anual de grãos e óleo para cada pessoa. Você também pode fazer isso para cada membro de sua família. Assim, aos doze anos de idade, meu nome foi inscrito quatro vezes no sorteio. Uma vez porque era obrigatório e outras três vezes por causa das tésseras que garantiram grãos e óleo para mim, para Prim e para minha mãe. Na verdade, precisei fazer isso a cada ano. E as inscrições são cumulativas. Então agora com dezesseis anos, meu nome aparecerá vinte vezes na colheita.” (COLLINS, 2010, p. 19).
Agora, aos 16 anos, ela teme ter muitas chances
de ser sorteada para os jogos, mas quem é chamada é sua querida irmãzinha Prim,
que se inscreveu apenas uma vez. Desesperada, Katniss se voluntaria para ir no
lugar da irmã e é aí que sua vida começa a se complicar.
O livro tem um pouco de tudo:
aventura, ação, suspense, romance, críticas à sociedade, distopia... Vixi! É
muita coisa para uma história só. Ainda assim tem espaço para tudo isso na
trama, pois todos esses pontos foram explorados na dose certa pela autora.
Fazendo com que a leitura tenha um ritmo frenético. Ótima leitura!
Continua...
Lá em 2010 fiquei com um pé atrás sobre a história de Jogos Vorazes, pois nessa mesma época tinha começado a ler Battle Royale (um mangá adaptado de um livro japonês) e as histórias eram muito semelhantes, embora tenha lido apenas alguns volumes (três ou quatro) a trama não me convenceu muito. Desde então tenho acompanhado esse grande fenômeno que se tornou a saga americana e até hoje não vi ninguém falar mal, pelo contrário, os críticos vem reafirmando sempre coisas positivas sobre Jogos Vorazes. Bom, se até Orwell está "envolvido" nessa história toda, não há como não ficar curioso... ansioso pra ler!
ResponderExcluirOi Italo
ResponderExcluirObrigada pelo comentário e por estar seguindo o blog! heheh
Eu não conheço Battle Royale, mas dei uma pesquisada no google e vi que as histórias são um pouco parecidas mesmo, mas achei a idéia dos jogos para mostrar a força dos adultos perante os jovens um tanto forçada. Já nos Jogos Vorazes o objetivo é impor a força do governo ditatorial sobre os distritos, obrigando os pais a ver seus filhos morrerem, mantendo as pessoas amedrontadas e divididas.
Enfim, vou procurar e ler Battle Royale (já que segue uma linha parecida com Jogos Vorazes) e depois comento sobre o mangá aqui no blog.
Ah, se você quizer tirar a dúvida sobre Jogos Vorazes dá uma olhada no filme (adaptado do livro 1 da trilogia), que ficou bem resumido e te dá uma boa idéia do que você vai encontar no livro.