Olá,
pessoas!
O livro que finalmente conseguiu me
tirar da DPL provocada pelo final de A
Corrida do Escorpião foi, por incrível que pareça, um “tiro no escuro”. Por
sorte (notaram como ando sortuda com minhas leituras ultimamente?) essa foi a
escolha perfeita. Confiram a sinopse*:
A alta sociedade
francesa diverte-se a bordo do transatlântico Provence, quando chega a notícia: Arsène Lupin, o ladrão impossível
de se capturar, viaja disfarçado entre os passageiros. Eis a chance de o
Inspetor Ganimard prender o homem capaz de realizar crimes perfeitos e fugas
espetaculares. Conto de estreia deste ícone da literatura policial, “A detenção
de Arsène Lupin”, de 1905, é a primeira das nove aventuras aqui reunidas,
revelando um criminoso galante e sedutor, guiado pelo prazer do desafio. Um
anti-herói que se dá até ao luxo de ajudar a polícia em casos difíceis. Conheça
um oponente à altura de Sherlock Holmes – ou “Herlock Sholmes”, na versão de
Maurice Leblanc – e prepare-se para torcer pelo ladrão.
Eu comprei esse livro meio que por
impulso, porque era uma edição de bolso (e por isso não custou mais de R$10,00)
e também já tinha ouvido falar por alto do personagem-título. Afinal, quem
nunca “esbarrou” com o estereótipo do ladrão romântico, seja em filmes ou
seriados? Eu já assisti animes que fazem algumas referências ao personagem de
Leblanc. Além disso, já li em algum lugar (não consigo lembrar onde) sobre o
conto mencionado na sinopse acima, onde o famoso ladrão se encontra com meu
amado Sherlock Holmes.
“Arsène Lupin, o caprichoso gentleman que
só age nos castelos e nos salões e que, certa noite, tendo adentrado a casa do
barão Schormann, saiu dali de mãos vazias e deixou seu cartão ornado com esta
frase: ‘Arsène Lupin, ladrão de casaca,
voltará quando os móveis forem autênticos’.” (LEBLANC, 2012**, p. 9)
Através dos nove contos reunidos
neste livro conhecemos o espirituoso ladrão Arsène Lupin, de onde ele veio e
como conquistou sua fama, seus amigos e inimigos. O texto é divertido e a
leitura flui facilmente, várias vezes me peguei rindo do modo como o personagem
conseguia enganar a todos e se dar bem mesmo quando tudo parecia dar errado. E
quando dei por mim já estava nas últimas páginas e morrendo de saudades do personagem.
A seguir alguns dos trechos que mais gostei pra vocês irem sentindo um gostinho
do livro:
“Era pouco mais de meio-dia quando
Ganimard foi introduzido na cela de Arsène Lupin. Este, estendido no leito,
ergueu a cabeça e deu um grito de alegria.
- Oh! Mas que verdadeira surpresa! O me
caro Ganimard aqui!
- Ele mesmo.
(...)
- Sempre afirmei: Ganimard é o nosso
melhor detetive. (...) Mas peço desculpas por não poder lhe oferecer senão um
banquinho. Nem um refresco ou um copo de cerveja. Perdoe-me, estou aqui de
passagem.
Ganimard sentou-se, sorrindo, e o
prisioneiro continuou, feliz de falar:
- Meu Deus, como estou contente em pôr os
olhos na figura de um homem de bem! Estou farto da cara desses espiões e
denunciantes que dez vezes por dia vêm revistar meus bolsos e minha modesta
cela, para se assegurar de que não preparo uma fuga. Que zelo o governo tem por
mim!
- Ele tem razão...
- Ah, não! Eu ficaria tão feliz se me
deixassem viver no meu cantinho!
- Com o dinheiro dos outros?
- E daí? Seria tão simples.” (LEBLANC,
2012, p. 38-39)
“Arsène Lupin abriu a gaveta de uma
pequena mesa em madeira branca que formava, com o leito e o banquinho, todo o
mobiliário da cela, pegou duas folhas de papel e as estendeu a Ganimard.
- Ora vejam! – este exclamou. – Eu achava
que você estava sendo extriamente vigiado. Mas vejo que lê os jornais, que
coleciona os recibos do correio...
- Ah! Essa gente é muito estúpida!
Descosem o forro do meu casaco, examinam as solas das minhas botinas, auscultam
as paredes desta peça, mas ninguém teria a ideia de que Arsène Lupin é tolo o
bastante para escolher um esconderijo tão fácil. Foi exatamente com isso que
contei.
Ganimard deu uma risada.
- Você é mesmo desconcertante! Vamos,
conte-me a aventura.
- O que está pensando? Iniciá-lo em todos
os meus segredos?... Revelar meus pequenos truques?... É uma coisa muito séria.
(LEBLANC, 2012, p. 40)
“Eles trocaram um aperto de mão como dois
bons amigos que se estimam no seu justo valor, e o velho policial se dirigiu
até a porta.
- Ganimard!
Este se virou.
- Que houve?
- Está esquecendo seu relógio.
- Meu relógio?
- Sim, ele foi parar no meu bolso.
Devolveu-o, desculpando-se.
- Perdoe... é o hábito... Mas o fato de
terem tomado o meu não é uma razão para privá-lo do seu. Ainda mais que possuo
um cronômetro do qual não tenho do que me queixar e que satisfaz plenamente
minhas necessidades.
E tirou da gaveta um grande relógio de
ouro, espesso e confortável, ornado com uma corrente.
- E este, de que bolso saiu? – perguntou
Ganimard.
Arsène Lupin examinou com negligência as
iniciais.
- J.B.... Quem será que pode ser?... Ah!
Sim, lembrei: Jules Bouvier, meu juiz de instrução, um homem encantador...” (LEBLANC,
2012, p. 46)
Os contos têm um pouco de tudo:
aventura, investigação, humor e até um pouco de romance. É impossível não se
apaixonar pelo charmoso ladrão e suas aventuras.
O livro superou minhas expectativas
e ganhou, mais que merecidamente, 5 estrelas e o “status de favorito” (rsrsrs) na minha avaliação do Skoob. Leitura
obrigatória para quem gosta do gênero policial e super recomendada para quem
está procurando por histórias divertidas.
Boas
leituras e até a próxima!
^-^
*Normalmente eu faço meu próprio resumo
para as resenhas, mas gostei tanto do texto da contracapa da minha edição de
bolso que preferi usá-lo.
**Minha edição é de 2012, mas o livro foi publicado
originalmente em 1907.
Oi Ana!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar do livro, mas também não é dos meus! rs
Beijos,
Vinícius - Livros e Rabiscos
Ana, só por essa sinopse já estou morta de curiosidades para ler.
ResponderExcluirComo você deu carta branca vou colocar em minha lista de desejados.
Beijinhos :*
Nossa Aninha, fiquei interessada pelo livro. Vou ver se compro. Minha lista a cada dia aumenta, contando com os presentes que ganhei então, meu deus.
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