domingo, 10 de março de 2013

Um bestseller para chamar de meu, de Marian Keyes


Olá pessoas!

            Esse é o primeiro livro da Marian Keyes que leio e apesar de não acreditar que esta seja sua melhor publicação, acho que valeu a pena pra ter uma ideia do estilo de escrita dela e com certeza me deixou curiosa pela famosa série das Irmãs Walsh (composta pelos livros: Melancia, Férias!, Los Angeles, Tem alguém aí?, A estrela mais brilhante do céu).
            Em Um bestseller para chamar de meu conhecemos as histórias de três mulheres – Gemma, Jojo e Lily – , cada uma com suas próprias crises, mas que de algum modo têm suas vidas entrelaçadas. 
          Gemma Hogan tem um trabalho extenuante, mas que ela ama, como organizadora de eventos e está ainda está triste e amargurada pelo término com o namorado, mesmo que isso já tenha acontecido há algum tempo. Além disso, ela ainda tem que lidar com a mãe que não aceita o fim do casamento de 30 anos.
            Jojo Harvey é uma agente literária – que é responsável pelos contratos dos autores com as editoras, cuidando dos interesses do autor (parece óbvio pelo nome, mas eu nem sabia que existia este tipo de trabalho, hehe). Ela é bem sucedida na vida profissional, mas quando o assunto é romance... as coisas se complicam. O problema é que Jojo tem um caso com um homem casado, que ainda por cima é seu chefe, e se vê diante do dilema: ser feliz ao lado da pessoa que ama e destruir uma família ou desistir da própria felicidade pelo bem de outros.
            Já Lily Wright tem uma vida bastante conturbada, apesar de ter um marido que a ama e uma filha linda. Só que tanto ela como o marido têm uma incrível dificuldade em lidar com dinheiro, o que faz com que vivam sempre “com a corda no pescoço”. E como se isso não fosse preocupação o suficiente, ela ainda se sente culpada por achar que roubou o namorado da melhor amiga e por isso não tem o direito de ser feliz com ele. Mas a vida dela dá uma guinada quando escreve um livro divertido e açucarado que vira sucesso de vendas.
Ao longo do livro a narrativa vai se alternando entre as histórias de cada uma delas de acordo com seus próprios pontos de vista. Graças a esse recurso o livro não ficou tão cansativo quanto é de se imaginar pelo tamanho (741 páginas).
Das três protagonistas a que menos gostei foi a Gemma, pois apesar do seu sarcasmo e ironia, que deixam a narrativa mais divertida, ela se mostra muito amarga e egoísta durante a maior parte do tempo. Além disso, eu discordei de muitas das atitudes dela. Lily é um doce, mas muitas vezes deixa o pessimismo impedi-la de arriscar quando deveria e prefere deixar as decisões importantes da própria vida sob a responsabilidade do marido, o que me irritava bastante. Já a Jojo foi minha preferida por causa da sua personalidade forte e decidida. E apesar de entrar na furada de namorar um homem casado ela não se mostrava ingênua e submissa a ele. Enfim, cada personagem tem seus defeitos e qualidades, assim como na vida real, ninguém é perfeito.
A história ainda aborda um pouco dos processos editoriais para publicação de livros que eu não conhecia. Quero dizer, eu conhecia um pouco da parte prática de editoração de um livro porque aprendi numa disciplina da faculdade, mas a parte da negociação, compra e venda de direitos autorais (trabalho da Jojo nessa história) foi algo novo pra mim. Assim como o fato de que mesmo os autores de best-sellers não ficam ricos e famosos do dia para a noite e não recebem logo o pagamento pelos direitos autorais. Aliás, a impressão que tenho é a de que quem mais lucra com os livros são as editoras, o que acho muito injusto (apenas a minha opinião).
Se tenho uma crítica a fazer a Um besteseller para chamar de meu é apenas em relação ao excesso de enrolação da metade para o final da história e acredito que a autora poderia ter enxugado pelo menos umas 100 páginas ou mais do livro sem prejudicar a narrativa. Pois o começo é bastante divertido vamos conhecendo bem os personagens, mas na metade a história vai ficando mais arrastada e no final tudo acabou se resolvendo rápido demais.
Ainda assim foi uma boa leitura, leve e divertida e ganhou 4 estrelas no Skoob.  Mas não vou recomendar a leitura a nenhum tipo de leitor especificamente, por dois motivos bem simples: 1) Eu não costumo ler muito Chic-Lit, então não posso dizer se esse é um ótimo livro dentro do gênero; e 2) Esse é o primeiro livro da Marian Keyes que leio, então não posso recomendar pra quem gosta da autora, principalmente porque desconfio que esse não é o melhor de seus trabalhos. Então só o que posso dizer é: Ficou curioso? Gostou da premissa do livro? Tem um gosto parecido com o meu e acha que a história vai te agradar? Então dê uma chance ao livro.

Boas leituras e até a próxima!
^-^

PS: Dessa vez a resenha ficou muito grande então preferi não citar trechos do livro, mas nas próximas garanto compensá-los. rsrsrs


3 comentários:

  1. Olá Aninha,

    Confesso que não sou fã de livros do gênero chick-lit. Não sei porque, mas a maioria das personagens parecem ser tão fúteis e consumistas que eu acabo abandonando por não ter paciência de me arrastar por páginas e mais páginas que não me fazem rir (sou péssima pra dar risada em livros que têm pretensão de serem engraçados). Da Marian, tentei ler Sushi, mas abandonei por que a leitura não me cativou e provavelmente não tentarei ler outro livro dela apesar de ter tantas boas indicações.

    Beijos!

    Isabelle
    --
    http://www.blogmundodoslivros.com/

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  2. Oi Isabelle,

    Eu vou confessar que sempre tive um certo preconceito quanto a esse gênero exatamente por achar que todos eram histórias fúteis sobre mulheres sem muitos neurônios, mas estou começando a mudar de idéia. Claro, não sei se você leu muitos pra já formar sua opinião ou é uma questão de gosto mesmo. Mas resolvi dar uma chance aos chick-lit e por enquanto estou gostando, este livro por exemplo não é o melhor que já li, mas foi divertido e me distraiu por um tempo, e era disso que eu precisava.

    Obrigada pela visita e comentério!

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  3. Eu tenho uns 5 livros da Marian, mas ainda não li nenhum. Tenho esse e acho interessante a ideia de ler sobre uma agente literária. Já me falaram que esse não é o melhor dela e que o das irmãs Walsh são. Essa parte da enrolação eu não gostei, mas... quem sabe a autora também me cativa.

    Bjs, @dnisin
    http://www.seja-cult.com/

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