Olá,
pessoas!
A resenha de hoje é sobre um livro que quero ler
já há alguns anos, desde que dei um exemplar de presente a uma amiga e ela me
falou muito bem da história. Mas ainda não havia surgido a oportunidade de
lê-lo, até que dia desses, passando pela estante de literatura da biblioteca onde
trabalho, eu avistei sua linda capa listrada com textura de tecido e não
resisti, precisei pegá-lo emprestado e passar na frente da minha interminável fila
de não-lidos.
O livro é narrado em 3ª pessoa do ponto de vista
de Bruno, um garoto de 9 anos bastante esperto e gentil, apesar de que logo no
começo o achei um pouco egoísta e mimado.
Conhecemos Bruno quando ele acaba de descobrir
que precisará se mudar de sua adorada casa em Berlim e abandonar seus queridos
amigos, por causa do trabalho de seu pai. Então ele e sua família se mudam para
sua nova casa, um lugar chamado Haja-Vista. No início ele odeia a mudança e usa
todos os argumentos que consegue imaginar para fazer seus pais mudarem de
ideia. Mas o tempo passa e como ninguém parece dar atenção a seus protestos, o
garoto resolve se aventurar pelo novo “território”, fazer novos amigos e, quem
sabe, até descobrir quem são as pessoas de pijama listrado.
“‘Todos
nós vamos embora. Seu pai e eu, Gretel e você. Todos os quatro.’
Bruno pensou a respeito e franziu o
cenho. Não o incomodava em especial se Gretel fosse mandada embora, porque ela
era um Caso Perdido e sempre o metia em encrencas. Mas parecia um pouco injusto
que todos tivessem que acompanhá-la.
(...)
‘É o trabalho do seu pai’, explicou a
mãe. ‘Sabe como isso é importante, não sabe?’
‘Sim, claro.’, disse Bruno, acenando com
a cabeça, pois sempre havia na casa muitos visitantes (...) e eram todos sempre
muito educados com o pai e diziam que ele era um homem para ser observado e que
o Fúria tinha grandes planos para ele.
‘Bem, às vezes, quando uma pessoa é muito
importante’, prosseguiu a mãe, ‘o homem que o emprega lhe pede que vá a outro
lugar, porque lá há um trabalho muito especial que precisa ser feito.’” (BOYNE, 2007, p.11)
Antes de ler esse livro eu decidi não ler
nenhuma sinopse, ignorando até mesmo o texto da orelha (que não revela quase
nada). Isso foi ótimo porque ele é tão curto que uma sinopse mais completa
estragaria toda a surpresa.
A escrita de John Boyne é fluida e envolvente,
me apaixonei logo nas primeiras páginas. Com um ar inocente, contada através
dos olhos de um menino de 9 anos, a história vai nos envolvendo e quando mal
percebemos já estamos nos últimos capítulos.
“Ele
caminhou lentamente na direção da janela, na esperança de que fosse possível
ver todo o caminho de volta até Berlim, e a sua casa e as ruas ao redor e as
mesas onde as pessoas se sentavam e bebiam os refrescos espumantes e contavam
histórias hilariantes umas às outras. Andou devagar porque não queria se
decepcionar. Mas era apenas o quarto de um menino pequeno e não havia muito
espaço para caminhar até chegar à janela. Bruno pôs o rosto junto ao vidro e
olhou o que estava do lado de fora, e desta vez, quando seus olhos se
arregalaram e a boca fez o formato de um O, as mãos ficaram bem juntas ao
corpo, porque havia algo que o fez se sentir muito inseguro e com frio.” (BOYNE, 2007, p. 25)
O que mais me chamou a atenção em O menino do pijama listrado é que ele
começa leve e inocente, como uma narrativa infantil, até que chega ao final e
você se vê diante de uma realidade bastante cruel.
ALERTA DE SPOILER! Se
você ainda não leu o livro eu recomendo que pule este parágrafo. Se desejar ler selecione o epaço abaixo para visualizár o texto.
Por ser apenas um garotinho de 9 anos Bruno tem
dificuldade em pronunciar alguns nomes difíceis e, por isso, logo de cara não
entendi porque o nome do chefe do pai dele era Fúria ou o porquê da nova casa
ter um nome tão estranho como Haja-Vista. Até que esbarramos na cerca... foi aí
que a ficha caiu. Ok, vocês podem me chamar de lerda e distraída, mas eu
realmente não procurei saber nada sobre o livro antes de lê-lo. Só o que eu
lembrava ter lido, em alguma resenha há muito tempo, foi que a história se
passava no período da 2ª Guerra. Então eu não estava realmente preparada para o
que iria encontrar, mas a esta altura da narrativa eu já fora fisgada pela
escrita do John Boyne e já estava curiosa pra descobrir como Bruno iria
explorar e entender o significado daquela cerca.
FIM DO SPOILER!
O final do livro chegou e se foi tão rápido
quanto um susto, eu só percebi o que tinha acontecido, ainda com o coração aos
pulos, depois que acabou. Ainda passei alguns minutos me perguntando se isso
era bom ou ruim. E quando me dei conta, havia um nó na minha garganta e fiquei
feliz por ter deixado para terminar a leitura quando já estava sozinha.
Apesar do final, que me deixou numa p*#$@ de uma
ressaca literária, não pude dar menos de 5 estrelas ao livro no Skoob. Leitura
superrecomendada!
Boas
leituras e até a próxima!
^-^
BOYNE,
John. O menino do pijama listrado.
São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 186 p.
PS: Só
depois de terminar esta resenha, me lembrei que existe também um filme baseado
no livro. Então vou assistir e depois passo para deixar meus comentários aqui.
Quando eu li, acho que não fiz uma leitura tão madura das coisas do livro, mas lembro que me senti também desnorteada, mas sabendo que aquela leitura foi incrível. Preciso reler, com uma outra ótica mais madura, certamente. Lembro do livro, mas não tão vividamente. Beijos!
ResponderExcluirPois é, Tay, foi assim mesmo que me senti: desnorteada! Mas a leitura vale muito a pena. Por falar nisso, foi pra tu que eu dei esse livro? Não lembro direito, quando fiz a resenha lembrei que tinha dado o livro a uma amiga, mas não lembro se foi tu ou Pryscylla. Só lembro que foi na época do colégio.
ExcluirBeijos e obrigada pela visita!
^-^
Foi tu que me deu, sim, se bem me lembro. :)
ExcluirEi, Aninha!
ResponderExcluirEu ja li esse livro e gostei bastante. Tb fiquei incomodada com o "Fúria", pois o maluco do Hitler era chamado de "Führer", tanto em outros livros como em filmes, e custei a assimilar uma coisa com a outra ahahahaha, principalmente pq o significado disso é algo como "lider, chefe ou afins", o que diabos Furia tem a ver?
Mas então, eu ate li a sinopse, mas como ela nao diz nada, nem fez diferença.
O livro é muito bom mesmo e faz a gente pensar sobre os horrores daquela época
Bjos!
Então, Flávia, acho que esse negócio de Fúria foi alguma locura do tradutor. Eu não li o livro em inglês, então não sei como foi que o autor colocou essa dificuldade de pronúncia do Bruno no original, mas provavelmente foi algo que fez mais sentido, né?
ExcluirBeijos e obrigada pela visita!
^-^
Ihh... Acho que vou continuar pulando este livro da minha estante.
ResponderExcluirSou muito depressiva com ressacas literárias!
Pelo que pesquei dos comentários deve ser algo relacionado a segunda guerra mundial...
Obrigada pela indicação Ana ;*
P.S: Você ainda tá devendo a resenha de Dezesseis Luas (nem pense que esqueci :P)
Menina, mesmo com a ressaca do final, acho que sempe vale à pena ler livros como esse. A minha foi mais em relação ao final, que foi muito brusco, o resto da narrativa pelo contrário, é bem leve apesar do tema.
ExcluirSobre a resenha de Dezesseis luas, infelismente não vai sair tão cedo porque vou esperar pra relê-lo quando comprar os outros da série que ainda faltam (Dezessete, Dezoite e Dezenove Luas), que já estão na minha meta de 2013. Mas não se preocupe que daqui pro final do ano essa resenha sai. hehe
Beijos e obrigada pela visita!