Fonte: Acervo pessoal. |
Oi, pessoal!
A resenha de hoje está saindo um pouco atrasada por motivo de: FÉRIAS! Eu estou no meu ritmo de férias, mais lerdo impossível (hehehe) e me perdi nos dias, mas antes tarde do que nunca e hoje tem mais uma resenha de mangá.
Aoharaido é a junção das palavras Ao + haru + ride, um jogo de palavras que faz mais sentido em japonês, mas que a autora explica no primeiro volume:
'Ao + Haru' ('azul'* + 'primavera') é a leitura semântica dos ideogramas com os quais se escreve a palavra 'Seishun' ('juventude'), e 'Ride' significa 'correr', 'galgar', em inglês. Escolhi essas palavras ao imaginar os personagens caminhando pela estrada das suas vidas, correndo com a juventude. O único porém foi que "Ao Haru Ride" fica mais sonoro quando se fala rápido e vira "Aoharaido". Por isso, ficou assim. (SAKISAKA, 2015, p. 39).**
Explicações à parte, o mangá Aoharaido, escrito e ilustrado pela mangaká Io Sakisaka, foi publicado no Japão entre 2011 e 2015 na revista Bessatsu Margaret da Shueeisha. No Brasil o mangá começou a ser publicado em 2015 pela Panini com o subtítulo "A primavera de nossas vidas".
Eu ouvi falar de Aoharaido ano passado, um pouco antes do lançamento do mangá no Brasil, através grupos sobre anime shoujo no Facebook. Eu sempre via bons comentários sobre o anime (que havia sido lançado na época) e quando vi que começou a ser publicado no Brasil, pensei "por que não?". Comecei lendo o mangá e só algum tempo depois fui ver o anime.
A história gira em torno de Futaba Yoshioka, uma garota que ainda no fundamental se apaixona por Kou Tanaka, mas antes que possa se declarar para ele, o garoto desaparece sem dar notícias. Ela passa a se sentir sozinha já que não tem amigos, pois as outras meninas têm ciúmes do interesse dos meninos por ela. Quando inicia o ensino médio Futaba resolve mudar seu jeito de ser, passando a andar desarrumada e falar de forma mais grosseira para afastar os garotos. Agora ela tem amigas, mesmo que suas amizades sejam superficiais, e não quer saber de se apaixonar. Até que ela reencontra Kou e seus sentimentos se confundem. Kou, por outro lado, deixa claro que até gostava dela no fundamental, mas agora as coisas mudaram e ele não se importa mais com ela.
No começo essa me pareceu uma típica história romântica adolescente, onde os mocinhos se reencontram depois de muito tempo e redescobrem o amor. Era uma história OK. A Futaba passa por alguns traumas até perceber que não tinha que agradar ninguém. Enquanto Kou também tem seus próprios dramas e não quer mais sofrer, por isso se afasta dela. Até aí, tudo normal, bem "mais do mesmo".
Depois dos primeiros volumes, que acompanham a história do anime, achei que estava ficando chato e quis desistir do mangá, mas então percebi que o anime não cobria nem metade da história e ainda tinha muita coisa para acontecer. Então continuei comprando o mangá. Só que várias coisas passaram a me incomodar:
1 - A história é chata e enrolada. O estica e puxa, vai e volta entre Futaba e Kou ficou chato e repetitivo.
2 - Kou é um idiota! Eu até entendo que ele tenha sofrido muito na vida e por isso não quer se apegar a mais ninguém, mas isso não justifica ele ser um cavalo com todo mundo e principalmente com a Futaba, que só que ajudar!
3 - O Kou chega a ser abusivo com a Futaba. Primeiro ele diz que não gosta mais dela, mas sempre está por perto. Quando ela tenta ser só amiga, ele é grosso e só dá patada. Então ela tenta reconquistar ele ("POR QUE?!", eu me pergunto!) e começa a se arrumar para parecer mais "feminina" (¬¬'). E o que ele faz? Passa a mão na boca dela (sem permissão) e diz "isso não combina com você" (isso te lembra alguma coisa? Eu tive vontade de meter a mão na cara dele!). E a situação ocorre duas vezes: a descrita acima no vol. 3 (p. 155-157) e outra bem parecida no vol. 8 (p. 71-72).
Fonte: SAKISAKA, 2015, p. 155-157. (vol. 3) Obs: Leia da direita para a esquerda. |
Fonte: SAKISAKA, 2016, p. 71-72. (vol 8) Obs: Leia da direita para a esquerda. |
Kou simplesmente não se decide, diz que não quer nada com ela, mas também não larga o osso. Enquanto isso, a Futaba fica toda confusa e muitas vezes deixa de se divertir ou de fazer o que tem vontade só por causa dessa frescura do garoto.
4 - Os demais personagens quase não têm espaço. Futaba faz amigos de verdade e cada um deles teria uma história bem legal pra ser contada, mas todos se tornam decorativos, porque a autora só sabe focar no vai-não-vai do "casal" principal.
5 - A autora não explora todo o potencial da Futaba. A personagem tinha tudo pra crescer na história, pois a autora poderia usá-la pra falar de bullying na escola; as incertezas e dificuldade pra "se encaixar", comuns na adolescência; e até desconstruir um pouco essa ideia de rivalidade feminina. Mas não é o que acontece. Futaba apenas se torna uma menina confusa e sem personalidade, que vive em função de um garoto que não se importa com ela.
6 - O volume 8! Parecia que tudo ía mudar, mas continua tudo do mesmo jeito, Futaba e Kou continuam cometendo os mesmos erros. Aí eu perdi a paciência!
Ainda não sei o que é que as fãs veem nesse mangá e por que tantas são apaixonadas pelo Kou, se ele só faz me#&@ e confunde a coitada da Futaba. Enfim, a história não me agradou, no começo até pensei que seria divertida, mas o caminho escolhido pela autora me fez desgostar cada vez mais da história e seus personagens e decidi parar de acompanhar o mangá.
Eu já tenho 8 volumes do mangá, mas como não tenho mais interesse nele estou vendendo todos (R$ 52,00 pelos 8 vol.), quem se interessar é só falar comigo por e-mail (vagandoentreestantes@gmail.com).
Boas leituras e até a próxima!
^-^
SAKISAKA, Io. Aoharaido: a primavera de nossas vidas. São Paulo: Panini, 2015.
NOTAS:
*No original estava escrito "verde", mas acredito que foi um erro de tradução ou uma escolha do tradutor, visto que "verde" na nossa cultura é usado pra designar algo que é jovem, que ainda não amadureceu.
**Pra quem não entendeu, vale uma rápida explicação. Em japonês se escreve através de ideogramas que se combinam para criar diferentes significados, mas que quando sozinhos têm uma pronúncia e significados diferentes, por isso "Ao" e "Haru" têm uma pronuncia diferente e quando os ideogramas estão juntos são pronunciados como "Seishun". Além disso, "Ride" (do inglês "correr") é pronunciado como "Raido" pelos japoneses, pois da mesma forma como brasileiros têm dificuldade com o "th" das palavras em inglês e o pronunciam como "d" (lembra das aulas de inglês quando o professor dizia para colocar a língua entre os dentes ou no "céu da boca" para pronunciar "the", "that", "think", etc?), os japoneses têm dificuldade em pronunciar palavras em inglês que terminam em "e" e acabam colocando um "o" no final.
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