Fonte: Acervo pessoal. |
Oi, pessoal!
Hoje trago a resenha do livro Anno Drácula, de Kim Newman, pubicado no Brasil pela Ed. Aleph em 2009. Eu nunca tinha ouvido falar nesse livro até que o encontrei na última Bienal de PE (em 2015) - primeira edição do evento que contou com a presença de um stand da Ed. Aleph - e a sinopse, além do comentário do Neil Gaiman na capa, me chamaram a atenção. Mas desde lá o livro estava esquecido na estante, até que mês passado eu estava revirando meus livros que tivessem uma temática de terror/suspense para ler no Halloween e encontrei este. Acabou que li Anno Dracula antes do Halloween mesmo.
Ambientada na Londres do século XIX a história gira em torno das investigações dos assassinatos cometidos por Jack, o estripador e suas repercussões no frágil equilíbrio da nova sociedade londrina, composta por quentes (humanos) e renascidos (vampiros). Criando uma espécie de continuação para o clássico de Bram Stoker, Kim Newman constroi sua narrativa sobre o que teria acontecido se o conde Drácula não tivesse sido derrotado por Van Hellsing e seus companheiros. Em Anno Dracula, o conde derrotou seus inimigos e alcançou seu objetivo ao casar-se com a rainha da Ingraterra e tomar o poder de toda a Grã-Bretanha como seu príncipe consorte.
A linha narrativa principal do livro conta como Charles Beauregard, um soldado meio "agente secreto" do Clube Diógenes, e Geneviève Dieudonné, uma vampira mais antiga que o próprio conde Dracula, se encontram em meio às investigações dos assassinatos de jovens vampiras em Whitechapel. Paralelamente, acompanhamos o dr. Jack Seward e Arthur Holmwood tentando seguir com suas vidas, tentando (ou não) esquecer o passado em que perderam a mulher que amavam, enquanto temem uma retaliação do príncipe consorte.
Ao longo da história o autor traz vários personagens de outras obras literárias e cinematográficas, como Mycroft Holmes (irmão do famoso detetive Sherlock Holmes, de Sir, Arthur Conan Doyle), os personagens da obra de Bram Stoker assim como o próprio e sua esposa, Henry Jekyll e Edward Hyde de O médico e o monstro, Carmila da obra homônima escrita por J. S. LeFanu, etc. Também são usados vários personagens reais, como Jack, o estripador, a Rainha Vitória, o escritor Oscar Wilde, entre outros.
Durante a leitura reconheci vários desses personagens, mas no final do livro há uma lista completa de todos os personagens emprestados (reais e ficcionais), onde percebi que conhecia vários outros, mas não os reconheci em meio a narrativa.
O livro tem uma linguagem fácil e a história é narrada através do ponto de vista de diversos personagens, que vão se alternando entre os capítulos. Equilibrando bem romance, mistério e ação, o livro só não ganhou 5 estrelas porque me senti um pouco perdida com tantos personagens e tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, o que me fez demorar mais para terminar a leitura e sentir que, em alguns momentos, ela se tornava arrastada e cansativa. E apesar de gostar da mistura de elementos originais, personagens reais e das referências a outras obras, fiquei com a sensação de que faltou algo mais para dar a "liga". Sabe aquela sensação de que um livro ou filme na verdade é uma colcha de retalhos? Foi algo assim.
Eu já conhecia um pouco a história do Jack, o estripador, porque ela também é mostrada em O mapa do tempo, de Félix J. Palma, então alguns dos assassinatos não foram nenhuma surpresa e eu até sabia qual seria a última vítima. Além disso, não achei muito intrigante o mistério sobre quem seria o assassino, pois ele já se entrega logo no começo, então esse definitivamente não foi um atrativo para acompanhar a história até o final, restava saber apenas como ele seria descoberto.
O final ficou meio em aberto e nem foi tão interessante ou empolgante quanto eu imaginei que seria. Ou seja, comecei a leitura com grandes expectativas, mas no final foi apenas bom. Recomendo apenas para quem gosta muito de histórias de vampiros.
Boas leituras e até a próxima!
^-^
NEWMAN, Kim. Anno Dracula. São Paulo: Aleph, 2009. 371 p.
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