Fonte: Acervo pessoal. |
Oi, pessoal!
Hoje trago uma resenha dos mangás Mitsar e Sete dias em Alesh, de autoria do Studio Seasons, duas HQs nacional com traços em estilo mangá, sendo que a primeira é uma aventura anterior à narrativa da segunda. Do mesmo grupo eu já tenho Zucker e Helena (adaptado do romance de Machado de Assis), que fizeram com que me apaixonasse pelo traço deles, mas até então eu não conhecia muito sobre os autores.
Esbarrei em Sete dias em Alesh quando estava lendo Zucker – publicado pela editora New Pop – e nas últimas páginas aparecia uma propagando sobre o futuro lançamento de 2 outros títulos do grupo: Sete dias em Alesh e Oiran. Como Zucker foi lançado em 2010 (pelo menos é o ano de Copyright que consta na folha de rosto), achei que os outros títulos já teriam sido publicados, mas não os encontrei no site da New Pop. Fui, então, procurar o site do grupo Studio Seasons. Foi lá que descobri que as duas HQs mencionadas acima haviam sido publicados pela Hant Editora, que fechou em 2002, tendo lançado apenas o 1º volume deles.
Mitsar eu consegui comprar direto na loja do Studio Seasons, enquanto Sete dias em Alesh eu só encontrei em um vendedor na Estante Virtual. Esse segundo, infelizmente não tem final, pois é apenas o primeiro volume do título, mas tenho esperanças de que a New Pop ainda o publique completo. Também tentei encontrar Oiran, mas este estava esgotado até mesmo na Estante Virtual.
Fonte: Studio Seasons Blog Capa da versão para a Revista Neo Tokyo. |
Mitsar (sinopse)
"Vai começar a tradicional corrida de Mitsar e Khemis de Hadjut pretende vencê-la, mesmo contra a vontade do pai, o raivoso rei Funduk! Para isso ele se une a Prudon de Cheurfa, famoso inventor que cria fabulosos mecanismos de locomoção. Mas nessa corrida a ousada princesa Daya já tem seu vaículo garantido e ambos terão de enfrentar vários imprevistos se quiserem chegar ao fim! Junte-se a eles para ver o que essa louca aventura lhes reseva!" (STUDIO SEASONS, 2015, contracapa).
Com 64 páginas e folhas grandes (quase o tamanho de uma folha A4), Mitsar é um conto que trás a aventura do príncipe Khemis em sua empreitada para vencer uma tradicional corrida que acontece há cada 100 anos no deserto de Alesh. Para alcançar seu intento, ele pede ajuda ao inventor Prudon para criar uma máquina de corrida capaz de fazê-lo vencer usando uma tática incomum. Mas quem também tem sua própria estratégia e está confiante de que vencerá a corrida trazendo maior respeito para sua terra – o Oásis – é a princesa Daya.
A história é curta, mas tem começo, meio e fim, e cumpre bem o seu papel, que seria apresentar alguns dos personagens que estarão presentes em Sete dias em Alesh. O mundo fantástico criado pelo Studio Seasons mistura elementos de ficção científica, como as máquinas criadas por Prudon, e criaturas mágicas mitológicas – por exemplo, Khemis e sua família que se parecem com sátiros, enquanto Daya e suas companheiras do Oásis são fadas.
A linguagem fácil, orientação de leitura ocidental e a organização dos quadros tornam a leitura ágil e agradável. A narrativa cômica prende a atenção até o final. Por sua vez, os traços arredondados e cheios de detalhes são um atrativo a mais que, apesar de um pouco diferentes da arte mais suave e traços delicados (característicos dos mangás shoujo) usados em Zucker e Helena, me agradaram bastante.
Fonte: Studio Seasons [Facebook] Provável capa da nova edição. |
Sete dias em Alesh (sinopse)
"No grandioso deserto de Alesh está para ocorrer uma corrida que mudará o futuro dos povos do deserto. Mas o resultado poderá ser desastroso, caso o rei Mangin, guardião do lendário dragão Tiaret, não tome nenhuma providência. Para isso, ele se alia ao príncipe Khemis e outros habilidosos nobres e inventores, com o objetivo de vencer a corrida e descobrir a verdade por trás da lenda que ele mesmo ajudou a preservar por tanto tempo." (STUDIO SEASONS, 2014)
Apesar de curto, com apenas 32 páginas, o primeiro volume de Sete dias em Alesh nos apresenta rapidamente seu mundo – composto pelo deserto de Alesh e os quatro reinos que o cercam: Hadjut, Cheurfa, Abukir e Oásis – e seus personagens. Mangin, o rei de Cheurfa, desconfia das boas intenções por trás da realização da corrida de Alesh e decide reunir mais três aliados a fim de vencer a corrida e evitar um desastre. É então que entram em cena alguns dos personagens de Mitsar: o príncipe Khemis de Hadjut, o inventor Prudon de Cheurfa e a princesa Daya de Oásis.
A história de Sete dias em Alesh se passa após a aventura narrada em Mitsar, porém foi escrita e publicada antes, e isso fica bastante visível nos traços e aparência dos personagens, que aqui parecem mais altos, com traços mais simples e angulosos. Por outro lado a narrativa ágil e cheia de humor são os mesmos que vemos em Mitsar e prometem uma aventura divertida e instigante.
Recomendo ambos os títulos para quem gosta de aventuras com elementos de fantasia e humor, bem ao estilo RPG e o traço característico dos mangás.
Sobre o Studio Seasons (ou o CLAMP brasileiro)
Fonte: Acervo pessoal. Verso do marcador que acompanhou meu exemplar de Mitsar. |
As informações sobre o grupo que encontrei no site são as seguintes:
“O Studio Seasons foi criado em 1996 com o intuito de produzir títulos e ensinar técnicas sobre mangá no Brasil. Atualmente, ele é formato por três artistas, Montserrat, Sylvia Feer e Simone Beatriz, que desenvolvem mangás autorais, ilustrações e light novels, e por Maruchan, nossa colaboradora. (...) Em 2010, firmamos uma parceria com a editora NewPOP para publicação de alguns de nossos projetos e realização de encomendas propostas pela editora. (...) Entre nossos títulos publicados e concluídos, encontram-se Helena de Machado de Assis que saiu pela editora NewPOP; Os Ronins (reeditado para revista), Zucker, Mitsar e Contos de Sher Mor, que saíram pela revista Neo Tokyo da editora Escala. Atualmente, estamos produzindo as séries Oiran, 7 Dias em Alesh, Laser Boy, Crônicas de Edo e as light novels Contos de Sher Mor e Zona Quantum.” (Studio Seasons, c2015).
Em nenhum momento elas mencionam o grupo CLAMP (famoso grupo de mangakás japonesas, responsáveis por títulos como Card Captor Sakura e Guerreiras Mágicas de Rayearth), mas são várias as características que tornam essa similaridade gritante, como os traços dos personagens de Mitsar e Sete dias em Alesh (Khemis seria um primo distante de Yasha de RG Veda?), o fato de serem um grupo de 4 mulheres que produzem mangás, e até o seu “mascote” o Grande Fofinho lembra muito o Mokona (mascote do CLAMP). Comparem e tirem suas próprias conclusões:
Yasha (RG Veda - CLAMP) à esq. e Khemis (Mitsar - Studio Seasons) à dir. |
Mokona (CLAMP) à esq. e o Grande Fofinho (Studio Seasons) à dir. |
Mas não me entendam mal, com isso eu não quero dizer que o Studio Season imitou o CLAMP, mas acredito que houve alguma influência, sim. E isso não é ruim, até porque amo o CLAMP e já reservei um espaço especial no meu coração de fã para as meninas do Studio Seasons, que estão criando histórias lindas e personagens tão legais e cativantes.
O grupo também disponibiliza em seu site alguns mangás e light novels online, vale a pena conferir!
Boas leituras e até a próxima!
^-^
REFERÊNCIAS
STUDIO SEASONS. [Álbun] Sete dias em Alesh. In: STUDIO SEASONS [fanpage]. [s. l.]: Facebook, 2014.
______. Info. In: ______. Studio Seasons: manga artworks. [São Paulo]: Studio Seasons, c1996-2015.
______. Mitsar. São Paulo: [s. n.], 2015.
______. Sete dias em Alesh. São Paulo: Hant, [2002].
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou? Não Gostou? Tem uma opinião diferente?
Deixe seu comentário! Aqui é seu espaço.
PS: Se for comentar como anônimo, por favor, coloque seu nome no final do comentário. :)