Livro: Frankenstein ou O Prometeu moderno - Mary Shelley.Marcador: Another (JBC)Fonte: Acervo pessoal. |
Oi, pessoal!
Frankenstein foi minha leitura do gênero terror durante a Arraiátona, sendo o livro que mais demorei a terminar, por isso a resenha só saiu agora. Apesar de não ser uma leitura do todo ruim, possui uma narrativa lenta e cansativa, não recomendável para leitores muito jovens ou iniciantes. Totalmente diferente de todos os filmes e adaptações já realizadas sobre esses personagens, o livro de Mary Shelley, um clássico da literatura de terror, me surpreendeu e ao mesmo tempo me decepcionou. Segue a sinopse que fiz e me acompanhe!
Sinopse: Desde muito jovem, Victor Frankenstein sempre foi fascinado pela vida e a ciência, dedicando seus estudos às ciências naturais. Quando teve oportunidade de aprender com professores e importantes estudiosos de sua época, não pensou duas vezes. Essa sua curiosidade e sede de conhecimento, no entanto, também foram sua ruína. Em busca de conhecimento científico e ingênuos sonhos de grandeza, ele acabou realizando um controverso experimento que deu vida a uma estranha e poderosa criatura.
No início a história nem é narrada pelo Victor. Na verdade, temos uma história inteira narrada através de cartas (WTF?!). Pois é, quem começa narrando é um rapaz chamado R. Walton, que, interessado em estudar e realizar experiências científicas, está viajando ao Polo Norte e no caminho vai enviando cartas à irmã, a Srta. Saville, que sequer aparece na história. Porém, no caminho (umas 6 cartas depois...) Walton encontra Victor Frankenstein perdido no meio das geleiras. Este lhe conta sua história e lhe pede ajuda para perseguir uma estranha criatura. Aparentemente a história de Victor é escrita numa carta (?!!) de 24 capítulos (!!!) que Walton escreve para sua irmã.
E quando você pensa que “agora vai!” e vamos saber como Victor chegou ali e como vida ao seu monstro... temos mais uns 10 capítulos em que ele nos conta, em detalhes (¬¬'), sobre sua infância, seu amor pela ciência e sua família. Eu entendo que é importante saber de tudo isso para entendermos a personalidade infantil e mimada do Victor, mas poxa! A Mary Shelley bem que poderia ter economizado nas descrições, né? O livro só vai melhorar um pouco lá pela metade, quando Victor dá vida ao monstro e... não explica nada! Pois é, ele passa o começo da história falando incansavelmente sobre seus estudos, suas teorias, o sonho de ser reconhecido pela sua descoberta e na hora de contar como conseguiu a proeza ele não diz nada?!
Ok, mas a história segue e daí por diante eu só quis bater no Victor, juro! Ele só faz besteira! Primeiro ele tenta dar vida a uma criatura nova, mexe em cadáveres, passa dias no cemitério, ele não dá detalhes (agora ele resolveu ser objetivo – hahaha), mas dá a entender que é bem nojento. E quando sua criatura abre os olhos e se move... o grande cientista Victor Frankenstein sai correndo como uma criancinha assustada! E a criatura? Victor quer distância dela e parece acreditar que ela evaporou e isso não é mais problema seu (O.o). Algum tempo depois, coisas ruins começam a acontecer com a família de Victor e pessoas próximas a eles. Desesperado, ele tem certeza que é tudo culpa da sua criatura, pois ela é um monstro feio como um demônio e isso já é motivo suficiente para ele ser mau. Sim, aparentemente ser feio era crime na época. Tá, eu sei que no séc. 18 as pessoas eram bem supersticiosas ainda e, apesar da evolução da ciência da época, muitos ainda acreditavam em demônios e bruxaria (até hoje tem gente que acredita, né?), mas o Victor era um cientista e foi ele que criou o “monstro”, então penso que ele, de todas as pessoas, era o último que deveria temê-lo, não? Mas, como é um pirralho idiota e mimado, ele continua fazendo merda! E quando tem a oportunidade de, pelo menos, tentar corrigir seus erros, o que ele faz? Foge, fica enrolando pra tomar uma decisão e remoendo a culpa. Agindo como um completo irresponsável, ele fica esperando um milagre dos céus, repelindo e nutrindo um ódio insano pelo ser que ele mesmo criou.
A criatura, por sua vez, tem alguns momentos para contar a sua versão da história. (Finalmente!) E é aí que percebemos o quão ruim pode ser a vida de quem é solitário, sendo odiado por todos, sem que lhe deem a mínima chance de se explicar. Se a criatura tem culpa pelas atrocidades que cometeu, Victor tem ainda mais, por ser seu criador e nem ter se dado ao trabalho de instruí-lo. Abandonado à sua própria sorte, o monstro se vê diante de um mundo novo e que ele não compreende. Porém, dotado de inteligência, ele aprende o básico da sobrevivência observando a natureza, e sobre a comunicação e a vida em comunidade observando, de longe, os seres humanos. Mas sempre que tenta se aproximar das pessoas é agredido e tratado com extrema violência.
Apesar da narrativa cansativa e um personagem tão irritante como Victor Frankenstein, o livro tem uma história muito interessante e que nos trás vários questionamentos sobre a vida humana, nossas responsabilidades sobre nossas escolhas e as consequências dos avanços científicos sem comprometimento com a ética, assim como o preconceito e o medo daquilo que é diferente.
Provavelmente o motivo de as adaptações cinematográficas serem tão diferentes do original é porque o livro é chato! A narrativa é enrolada e cansativa, além disso, a linguagem mais culta – bem próprio dos clássicos – pode não agradar aos leitores mais inexperientes. Se eu tivesse lido Frankenstein há alguns anos atrás, com certeza teria abandonado a leitura pela metade. Por isso é um livro que não recomendo para qualquer pessoa, no máximo para quem gosta de clássicos e quem já é fã de terror, mas não espere uma história cheia de ação.
E você, já leu o livro? O que achou? Ou não leu, mas ficou curioso? Deixe seu comentário!
Boas leitura e até a próxima!
^-^
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